O princípio da perspectiva Cônica (chamada também perspectiva central) se desenvolveu no começo do séc. XV, no meio intelectual e artístico de Florença.
Essa invenção pode ser atribuída aos florentinos Leon Battista, arquiteto, artista, amante da arte antiga e “senhor das palavras”; Fillipo Brunelleschi, arquiteto e escultor.
Se Brunelleschi foi o primeiro a demonstrar os princípios da perspectiva Cônica pela sua experiência do Perspectógrafo em 1413, é graças a Alberti que ele deve a geometria plana empregada. Seu método muito simples permitiu aos artistas desenhar um espaço geométrico regular. Esses métodos têm por conseqüência serem mais perfeitos que os princípios básicos deixados.
Nas ilustrações [Anunciação, Botticelli; Perspectógrafos]
O Perspectógrafo de Brunelleschi
De acordo com sua biografia, Brunelleschi desenhou suas primeiras almofadas em perspectiva por causa de um disparo. A reconstitiução dessa cena mostra uma das suas almofadas e uma visão do Batistério de Florença.
Qual foi a idéia de Brunelleschi: o pintor deveria adotar uma posição fixa, com relação aos objetos que iria reproduzir pois para criar geometricamente a ilusão de profundidade, o pintor deve partir de um ponto de vista perfeitamente definido. Brunelleschi utilizou um dispositivo engenhoso e complicado: o espectador deve fica atrás do painel pintado, no qual se abria um orifício e mirar o painel através deste orifício por meio de um espelho.
O perspectógrafo consiste de algumas linhas que auxiliam a construção de uma perspectiva exata. Esse esquema situa os pontos de acordo com a maior parte das linhas convergentes.
León Battista Alberti (1404-1472) foi o primeiro a fornecer uma descrição formal de um sistema de perspectiva, conhecido como construzione legittima, o método é baseado em um pavimento quadriculado em perspectiva, a Grelha Pespectiva. Utilizando o sistema de Alberti, os artistas podiam colocar uma grade ou retícula sobre a planta do objeto e transferir as linha do objeto para uma retícula similar em perspectiva. Escreveu em 1435 o seu tratado "Da pintura. Apesar da palavra "perspectiva" não aparecer nenhuma vez em seus escritos, os princípios fundamentais da perspectiva estão claramente definidos e justificados nos seus escritos.
Ponto de Fuga
No Quadro Perspectivo existem infinitos pontos de fuga.
Ponto de Fuga é a intersecção de uma projetante, paralela à linha que se projeta, com o Quadro Perspectivo.
Grupos de linhas paralelas, mas não paralelas ao Quadro Perspectivo, tem o mesmo Ponto de Fuga (único para o grupo).
Grupos de linhas paralelas ao Quadro Perspectivo não tem Ponto de Fuga porque, por serem paralelas ao Quadro, a intersecão dessas linhas com o Quadro é o conjunto vazio.
Podemos usar no Quadro Perspectivo linhas auxiliares que concentram os ponots de fuga dos infinitos grupos de linhas paralelas ao Quadro.
A seguir o cubo ABCDEFGH, você pode mover os pontos O, De , A e B. Movendo A ou B você altera a posição do cubo e a medida de suas arestas
Pontos Notáveis do Perspectógrafo
$$O$$ - é a projeção ortogonal no Quadro do observador (significa que a posição pontual do olho do observador está bem na frente de $$O$$).
$$D_e$$ - ponto de distância esquerdo.
$$D_d$$ - ponto de distância direito.
$$D_s$$ - ponto de distância superior.
$$D_i$$ - ponto de distância inferior.
Linhas Notáveis do Perspectógrafo
$$LH$$ - linha do horizonte. Lugar Geométrico de todos os pontos de fuga do grupo de linhas paralelas ao chão (Geometral).
$$LP$$ - linha de perfil. Lugar Geométrico de todos os pontos de fuga do grupo de linhas paralelas ao Plano de Perfil.
Como $$O$$ é a intersecção, no Quadro, da $$LH$$ e $$LP$$ o ponto $$O$$ é o Lugar Geométrico de todos os pontos de fuga do grupo de linhas paralelas ao Plano de Perfil e do grupo de linhas paralelas ao chão (Geometral)... Ou seja, $$O$$ é o Lugar Geométrico de todos os pontos de fuga do grupo de linhas que são perpendiculares ao Quadro.
Circunferência - Lugar Geométrico de todos os pontos de fuga do grupo de linhas que formam 45º com o Quadro.
O raio da circunferência é determinado pela distância do Observador ao Quadro.
Quanto maior o raio, maior o distanciamento do Observador ao Quadro. Certas perspectivas terão melhor aspecto ao leigo se for considerado um raio equivalente à distância costumeira de observação natural dos objetos.
No Perspectoógrafo
Exposto um cubo ABCDEFGH, de face ABCD suposta no Quadro.
Alterando o ponto A, o cubo terá uma posição diferente no Quadro.
Alterando o ponto B, alteram-se TODAS as arestas do cubo, caracterizando um cubo de aresta maior ou menor.
Alterando o ponto O, altera-se o posicionamento do Observador em relação ao quadro.
Alterando o ponto De, altera-se o distanciamento do Observador em relação ao quadro.